Euclydes Ruy de Almeida Dias1
Considera-se que a quantidade diária de ração
necessária em uma piscicultura é de 10% da biomassa para alevinos e de 3 a
5% para peixes na fase de engorda.
Segundo KUBITZA, 1998, a medida que os peixes vão crescendo, é necessário
fazer um reajuste de ração, e as rações flutuantes (extrusadas) permitem
esse manejo. Os 10% iniciais não são totalmente utilizados pelos alevinos,
mas a quantidade maior é dada apenas para ser mais facilmente encontrada. A
ração inicial deve possuir 45% de PB (proteína bruta), passando depois
para a fase de engorda para um mínimo de 25% de PB para peixes não carnívoros.
Periodicamente deve ser feito um reajuste com relação a quantidade e o
tamanho do grão. Vários fatores influem no consumo de ração, entre eles
a temperatura, o oxigênio dissolvido e alimento natural disponível.
Anteriormente, quando se usava apenas a ração peletizada que não flutua,
afundando imediatamente, era difícil o cálculo da biomassa, pois o
piscicultor era obrigado a colocar a ração em cochos de madeira submersos,
o que nem sempre servia para avaliação. Outro método utilizado era o de
amostragem, o qual também era impreciso, além de demorado, trabalhoso e
causando stress de captura aos peixes.
Um dos maiores problemas do vendedor e também do comprador de peixes vivos,
era saber a quantidade de peixes que existia nos viveiros, assim quando
chegava o caminhão transportador e decepção ao criador. Caso contrário,
a quantidade de peixes era tão grande que o caminhão não tinha capacidade
de transporte, sobrando muitos peixes para grande desespero do piscicultor.
A ração extrusada que é flutuante, permite avaliar a quantidade de peixes
aproximada, pela quantidade de ração consumida. Assim, a ração é pesada
em pequenas porções é lançada na água e quando começar a sobrar,
pode-se calcular a biomassa em valores de aproximadamente 4%. Dessa forma,
com o consumo de 4 quilos, avalia-se que devem existir aproximadamente 100
quilos de peixes. Quando o criador faz essas avaliações periódicas, ele
sempre tem os valores aproximados da quantidade de peixes que possui em seus
viveiros e pode efetuar a venda sem ter decepções no esvasiamento do
viveiro. O método também é válido para os donos de pesqueiros que querem
repor o estoque ou colocar outros peixes.
Bibliografia
KUBITZA, F. 1998 Nutrição e Alimentação de Peixes cultivados - Campo
Grande MS 108 p.
Apostila Abracoa 2000 - Piscicultura Básica 53 p.
(1) Pesquisador Científico - Instituto
de Pesca - CPA - SAA - SP
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